ABERTURA

RESUMO

Os direitos da natureza são indispensáveis para a harmonia nos espaços de atuação e desenvolvimento da vida, onde o uso e a ocupação do solo impactam diretamente na disponibilidade e qualidade de recursos fundamentais como a água e outros bens comuns.

Com a observação de iniciativas transnacionais, governamentais, laboratórios de ciência aberta, empresas e ONGs, esta pesquisa exploratória consolida cenários sobre intensos fluxos de multidões à deriva de projeções e sobre a capacidade adaptativa de aglomerados no Antropoceno. São elementos onde a Internet e os paradigmas do serviço total incitam plataformas digitais para novos produtos e serviços, adequadas à realidade dos jogos sociais contemporâneos.

Com bases e referenciais em governança eletrônica para as águas, os resultados das explorações resultam na descoberta das organizações associativas cibernéticas (cyorgs) e as características fundamentais dos Escritórios da Resiliência Hídrica.

Amparados por espaços antropológicos, de interação e implementações estratégicas de inovação em sustentabilidade, os produtos constroém a plataforma ÁguasML - Bem Comum em Mídia Livre, implementada digitalmente com código aberto via portais de notícias, ambientes de aprendizagem, automatizações e aplicativos para coleta e distribuição de dados.

Apontam também alguns dos componentes das plataformas hidrotecnológicas nos Escritórios da Resiliência Hídrica, assim como os conteúdos, as experiências e as características de tecnologias resilientes em situações de escassez hídrica e vulnerabilidade de direitos.

Estes escritórios dão suporte a alternativas de aprendizagem e instrumentos de gestão dos bens comuns hídricos, orientando as organizações cibernéticas no uso de Tecnologias de Informação e Comunicação para a sobrevivência compartilhada.

Palavras-chave: Plataformas digitais. Recursos hídricos. Organizações associativas. Inteligência do enxame. Cibernética.

Agradecimentos

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001, que junto à UNESP de Ilha Solteira, a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Programa de Mestrado Profissional em Rede Nacional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos (ProfÁgua), garantiram excelente apoio técnico e científico, com brindes de inspiradoras orientações, fundamentais.

Os agradecimentos se estendem, direta ou indiretamente, aquelas pessoas que criam felicidades na proporção da alegria em cada lembrança, estímulo e aprendizado. Meu muito obrigado a todos os esforços das pessoas queridas que ofertaram um pouquinho, ou muito de si, para a realização deste trabalho. Auspiciosos e admiráveis seres, me valem dúvidas se fui capaz de fluir toda a magia que recebi e vivenciamos juntos.

Mãe, pai, irmãos e amores, há também agradecimentos por todos e todas que dedicam esforços para um outro mundo possível, inibindo o terror da consciente possibilidade de uma sociedade desfragmentada, autodestrutiva e produtora de extinções.

 

Instituições que apóiam esta iniciativa
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Introdução

A integração entre o ser humano e a natureza se dá entre ações e consequências, constantes e inexoráveis. Na ausência de idealizações dos processos de uso do solo e indivisível relação na construção dos aglomerados humanos, estamos imersos em um engenhoso conjunto de informações, sabedorias e experiências de aprendizados tecnológicos extensíveis à várias áreas do conhecimento e prática humana.

Os aglomerados, se contínuos territorialmente, são os grupos que, quando vivos, manifestam inúmeras possibilidades e tentativas de existir e prosperar, em uma constante otimização de recursos e ciclos contínuos enquanto permitida for a permanência no sistema. Comportamento elementar e de ampla capilaridade, são quase todos os lugares no planeta onde vidas decidiram se estabelecer, ocupar e proteger-se para cobrir a plena totalidade dos territórios da Terra.

Na realidade das decisões, a ação de um ser manifesta a sobrevivência de sua espécie. Diretamente determinante nas condições socioambientais atuais, as produções econômicas dos diferentes sistemas normativos invadem espaços locais e globais, glocais, transformando as condições ambientais de sustento da vida.

Algumas das aplicações tecnológicas nas sociedades contemporâneas dão mostras de que podemos fortalecer o gerenciamento global dos recursos naturais e otimizar a execução da proteção do planeta. Podemos definir um caminho para as melhores práticas nas construções das unidades de vida humana, a partir de nossas casas, nossas mãos, se for preciso.

Sustentabilidade, do latim sustinere, pode ser traduzida como a capacidade de algo que é capaz de suportar e manter-se vivo (ONU, 2018). E só há possibilidade desta capacidade de manutenção a partir da reavaliação de nossos próprios estilos de vida, não haverá outra singularidade capaz da salvação de nossa forma de viver.

Em diversos cenários encontramos motivações e iniciativas nos entrelaces entre as relações humanas e os bens comuns, especialmente aqueles correlacionados aos recursos hídricos.

As mudanças climáticas afetam a permanência de culturas e espécies no planeta, quando a capacidade de adaptação e a convivência harmônica entre pessoas, natureza e bens lideram as novas propostas de investimentos e energia criativa nas práticas de desenvolvimento tecnológico.

A partir da revisão de experiências interativas, a tarefa instiga e necessita da força - ou leveza - da interação de todos os atuadores entrelaçados em redes. Estes espaços, antropológicos e cibernéticos, acontecem a partir da influência de descobertas científicas e forças sumárias que apontam para a necessidade de fortalecermos a capacidade de resiliência de todos os aglomerados humanos. Um processo natural e social.

Necessitamos sempre de mais atenção à compreensão integral da importância de escolhas interativas ou iterativas e muitas vezes sem garantias da virtuosidade das Culturas, aquelas escolhas que permitem sermos algo entre permanentes e impertinentes.

As inovadoras aplicações tecnológicas não podem prover as necessidades globais para a boa vida. Isto é uma tarefa para os aglomerados vivos - prioritariamente - e seus enxames, pois todos os seres e não seres compartilham resistências e interdependências pela existência compartilhada no mesmo território, lugar ou não lugar onde acontecem as suas relações, naturais.

Ou como diz a tradução do final do cap. XI do Tao Te Ching: “Assim, da existência vem o valor. E da não-existência, a utilidade” (TSE, 2011).

Objetivos da Pesquisa

Nossos estudos exploram os elementos primordiais da inteligência sistêmica e coletiva na compreensão dos espaços comuns de participação na vida, priorizando aqueles operantes e eficientes em manter a capacidade hídrica e diversidade genética do globo, assim como o bom trato das informações.

Objetivos Específicos

 

  1. Explorar os sistemas normativos e conceituais de cenários socioambientais planetários, da participação política e governança eletrônica, especialmente em recursos hídricos.
  2. Detalhar as características ideais de plataformas cibernéticas como referencial para aplicações sociotecnológicas dos Escritórios da Resiliência Hídrica e sua capacidade de dar suporte à aglomerados humanos.
  3. Formular cenários de múltiplas compreensões peculiares dos bons tratos com os recursos hídricos e outros bens comuns
  4. Estabelecer elementos de uma plataforma capaz de dinamizar trilhas e instrumentos nas melhores práticas de organizações conectadas com a vida hídrica e proteções ecossistêmicas.